O Tecer
Explore a arte ancestral do tecer, desde a produção do feltro até a criação de peças elaboradas com técnicas como crochê, tricô e feltragem com agulhas. Descubra como o tear, uma invenção antiga datada de 4000 a.C., desempenhou um papel crucial na confecção de tecidos utilizando fibras naturais como algodão, linho e lã. Aprenda sobre a origem e evolução do crochê e do tricô, desde seus primórdios na pré-história até se tornarem formas de arte reconhecidas mundialmente. Conheça também a feltragem com agulhas, uma técnica seca para criar feltro, e como a lã Merino é utilizada como tecido tecnológico em roupas esportivas e ternos, proporcionando conforto e proteção em diversas condições climáticas.
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- O TECER O feltro é a primeira forma têxtil da lã. O primeiro tecido não tecido (TNT) do planeta. A evidência mais antiga de fabricação de feltro está nos revestimentos de paredes encontradas na Turquia, que datam de 6500 a.C. O feltro é produzido comprimindo e friccionando as fibras de lã com a utilização de calor, umidade e muita pressão. O resultado é uma manta densa de fibras permanentemente interligadas. Yurt (nas línguas turcomanas) ou ger (nas línguas mongólicas) é uma tenda ou cabana circular, usada tradicionalmente pelos pastores nômades mongóis e por outros povos da Ásia Central, como os quirguizes e os cazaques. Possui uma estrutura interna de madeira, teto ligeiramente abobadado e apenas um cômodo. É coberta por feltro, material que fornece proteção interna contra o calor e o frio. É uma estrutura de fácil montagem e transporte, ideal para os frequentes deslocamentos em busca por melhores pastagens para os rebanhos. Em 2013, a UNESCO classificou os gers como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade na Mongólia, com a designação “Artesanato tradicional do ger mongol e costumes anexos”. No ano seguinte, incluiu também os yurts, com a designação “Conhecimentos e técnicas tradicionais vinculados ao fabrico de yurts quirguizes e cazaques”.
- Tear O ato de tecer é muito antigo, estima-se que o tear tenha sido inventado em 4000 a.C. O ser humano começou a desenvolver esse conhecimento na confecção de cestaria, utilizando fibras flexíveis, como algodão, linho e lã, para fazer vestimentas. A representação mais antiga de um tear foi encontrada no Egito, numa placa de terracota, que remonta a 4400 a.C. Já o primeiro tear, uma peça horizontal encontrada no solo, data de 3000 a.C. Na literatura, uma das mais antigas referências ao tear que se tem notícia aparece na obra “Odisseia”, de Homero, de finais do século 8º a.C. No poema épico, Penélope era esposa de Ulisses, rei de Ítaca, que sai em missão pelo mundo em uma longa e perigosa jornada, demorando vinte anos para retornar ao lar. O pai de Penélope, acreditando na morte de Ulisses, deseja que a filha se case novamente, o que ela recusa, confiante no retorno de seu marido. Durante anos, ela resiste aos apelos do pai e de diversos pretendentes, afirmando que se casará quando terminar de tecer uma peça. Então, durante o dia ela tecia e durante a noite ela desmanchava o que havia feito. E tecendo ela se mantém fiel até o retorno surpreendente de Ulisses. A invenção do tear mecânico foi decisiva para o início da Revolução Industrial. O primeiro foi projetado e construído na Inglaterra, em 1786, por Edmund Cartwright, e utilizava a energia da água para acelerar o processo de tecelagem. Em 1850, havia cerca de 260 mil teares mecânicos na Inglaterra. Crochê Crochê ou croché é o processo de criação de tecidos usando uma agulha com a ponta em forma de gancho e algum fio contínuo, formando e unindo laçadas ou correntes. A palavra crochê tem sua origem na palavra croc, que em francês significa gancho. Segundo alguns historiadores, os trabalhos de crochê têm origem na pré-história, outros dizem que se deu no ano 1500 a.C. Há indícios de que, no início, o crochê destinava-se ao vestuário masculino, voltado para caça e pesca, e a arte era feita apenas com os dedos. Já o crochê como conhecemos hoje, tem sua origem no século 16. A dinamarquesa Lis Paludan apresenta duas hipóteses: a primeira com indícios na Arábia, Oriente Médio, alcançando o mundo todo em razão das rotas comerciais do Mediterrâneo; a segunda hipótese, talvez a mais provável, é que o crochê originou-se na China, usado para o feitio de bonecas, espalhando-se pelo Tibete até o Mediterrâneo. O que se tem certeza é que o crochê ganhou espaço a partir de 1823, quando a francesa Riego de La Branchardière desenhou padrões que podiam ser facilmente copiados e publicou um livro para que outras pessoas pudessem reproduzir tais desenhos.
- Crochê Crochê ou croché é o processo de criação de tecidos usando uma agulha com a ponta em forma de gancho e algum fio contínuo, formando e unindo laçadas ou correntes. A palavra crochê tem sua origem na palavra croc, que em francês significa gancho. Segundo alguns historiadores, os trabalhos de crochê têm origem na pré-história, outros dizem que se deu no ano 1500 a.C. Há indícios de que, no início, o crochê destinava-se ao vestuário masculino, voltado para caça e pesca, e a arte era feita apenas com os dedos. Já o crochê como conhecemos hoje, tem sua origem no século 16. A dinamarquesa Lis Paludan apresenta duas hipóteses: a primeira com indícios na Arábia, Oriente Médio, alcançando o mundo todo em razão das rotas comerciais do Mediterrâneo; a segunda hipótese, talvez a mais provável, é que o crochê originou-se na China, usado para o feitio de bonecas, espalhando-se pelo Tibete até o Mediterrâneo. O que se tem certeza é que o crochê ganhou espaço a partir de 1823, quando a francesa Riego de La Branchardière desenhou padrões que podiam ser facilmente copiados e publicou um livro para que outras pessoas pudessem reproduzir tais desenhos.
- Tricô O tricô é uma técnica utilizada para criar um tecido mais elástico que aquele feito no tear ou no crochê, entrelaçando o fio com duas agulhas pontiagudas, que facilitam a criação das laçadas e armazenam o tecido produzido. Acredita-se que o tricô originou-se no Egito por volta de 1000 a.C., onde foram encontradas as primeiras peças. Na Europa, ele foi introduzido durante as Cruzadas (1095-1291), e apenas na década de 1920 aparece como tendência da alta moda, graças às estilistas Elsa Schiaparell, que lançou seu famoso sweater (suéter) com nó de marinheiro (1927), e Coco Chanel, com o lançamento de seus cardigãs e suéteres com referências esportivas.
- Feltragem com Agulhas A feltragem com agulhas é uma técnica seca, executada com agulhas com farpas nas pontas, que, ao entrarem na lã, fazem com que as fibras sejam unidas, formando o feltro. A feltragem com agulhas foi inventada no século 19 para desenvolver feltros de lã planos de maneira industrial. Diversas agulhas são posicionadas lado a lado para compactar a lã e formar as placas de feltro. A primeira patente desta máquina foi concedida em 1859. Mais de um século depois, na década de 1980, David e Eleanor Stanwood retiraram uma agulha da máquina de fazer feltro industrial para usar em pequenas peças 3D feitas à mão, usando a agulha para esculpir a lã.
- Lã como tecido tecnológico A lã Merino é uma matéria-prima nobre, reconhecida por fornecer uma fibra elástica e muito suave. É a melhor opção em roupas para a prática de atividades físicas, por suas fibras ativas que reagem à mudança da temperatura corporal, mantendo o corpo aquecido no frio e fresco nos dias quentes. Protege contra os raios UVA e UVB, é antiodor e tem toque suave. Usar lã em tecidos para terno, ainda mais no Brasil com seu clima tropical, pode assustar. A lã fria é um isolante térmico e pode ser utilizada em qualquer época do ano. Ela permite uma melhoria térmica de até cinco graus de diferença em relação à fibra sintética, garante a proteção ao calor e favorece a transpiração natural. Quando se fala em tecido para ternos de qualidade, estamos falando de lã.
Yurt (nas línguas turcomanas) ou ger (nas línguas mongólicas) é uma tenda ou cabana circular, usada tradicionalmente pelos pastores nômades mongóis e de outros povos da Ásia Central, como os quirguizes e os cazaques. Possui uma estrutura interna de madeira e teto ligeiramente abobadado e apenas um cômodo. É coberta por feltro, fornecendo boa proteção contra o calor e o frio. É uma estrutura de fácil montagem e carregamento quando desmontada para a busca por melhores pastagens para os rebanhos.
Veja no vídeo ao lado como o povo da Mongólia desenvolve o feltro de lã natural.
O vídeo ao lado resgata as memórias de empresários do mercado das malhas e do historiador Edmundo Ferreira da Rocha sobre o auge da produção de malhas em nosso município.
E o vídeo ao lado resgata as memórias sobre o declínio da produção de malhas em Campos do Jordão.