Entre panelas, flores secas e novelos de lã, acontece uma das transformações mais bonitas do fazer artesanal: o tingimento natural.
É nesse encontro entre a fibra animal e as cores da terra que a lã ganha novas tonalidades — suaves ou intensas, mas sempre vivas e cheias de significado.
Nas Mãostiqueiras, o tingimento é feito de forma artesanal, com flores, folhas, cascas, sementes e raízes colhidas de maneira responsável. Cada cor nasce de uma experiência, de uma descoberta, de um cuidado que começa antes mesmo do fogo aceso.
As flores de macela, por exemplo, oferecem tons dourados e amarelados; a anileira traz incriveis azuis; a casca de cebola revela variações de cobre e o pau-brasil, um vermelho profundo que encanta desde o período colonial.
Nada é exato: a natureza dita o tom, e é isso que torna cada peça única.
O saber ancestral por trás das cores
O tingimento natural é uma prática antiga, passada de geração em geração. Antes da indústria química, eram as plantas que coloriam tecidos, fios e fibras.
Resgatar essa técnica é mais do que uma escolha estética — é um ato de preservação cultural e ambiental.
Sustentabilidade em cada etapa
Além de belas, as cores naturais são ecológicas e biodegradáveis. O processo evita o uso de produtos tóxicos e reduz o impacto ambiental, reforçando o compromisso do projeto com o cuidado ao meio ambiente.
A água usada no tingimento é reutilizada sempre que possível e os resíduos vegetais voltam à terra, fechando o ciclo natural de forma harmoniosa.
O resultado: cores com alma
Cada fio tingido guarda um pouco da história da planta que lhe deu cor e do olhar de quem o transformou.
Mais do que um resultado estético, o tingimento natural é um gesto de reconexão com o tempo, com a natureza e com o fazer manual — uma forma de arte que celebra a paciência e o respeito pelos ritmos da vida.



























